O Projeto Aquarius, juntamente com seus parceiros (UFSM, Stara, Cotrijal, Drakkar e OWS), deu início à Expedição Veris no mês de abril. A Expedição proporcionará experiências com o mapeamento da condutividade elétrica do solo a um grupo seleto de produtores em 8 estados de abrangência do projeto: RS, PR, MT, MA, TO, BA, GO e SP. Essa tecnologia tem sensores que permitem medir a variabilidade na composição físico-química do solo, de forma rápida, detalhada e sem, necessariamente, coletar amostras de solo.
A condutividade elétrica vem sendo largamente utilizada nos Estados Unidos para diferentes recomendações agronômicas, tais como ajuste de população de plantas, mudança de textura do solo e de disponibilidade de água para as plantas. Trabalhos conduzidos pela UFLA (MG) e a UFSM (RS) têm reportado elevada relação com a saturação de bases e cálcio, podendo ser uma ferramenta complementar a análise de solo visando a prescrição ainda mais precisa de calagem, com elevada resolução espacial de dados.
A ação teve início na Bahia, seguindo para Goiás, São Paulo e Paraná. Até o final de maio, foram mais de 1.100 hectares contemplados pelo projeto. Em junho, ela irá percorrer o estado do RS, onde mais hectares serão mapeados. “Nosso objetivo é auxiliar o produtor rural nessa fase de transformação digital, e a Condutividade Elétrica é apenas um exemplo de tecnologia 4.0 dentre diversas soluções disponíveis para adoção”, explica Cíntia Dal Vesco, líder Stara no projeto.
A Expedição Veris faz parte de um conjunto de ações promovidas a partir do prêmio de incentivo à adoção de tecnologias do Agro 4.0 recebido pelo Projeto Aquarius, em dezembro de 2020, por meio do edital Agro 4.0 da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
O projeto foi um dos 14 com maior excelência selecionados pela ABDI para ajudar a promover a transformação digital no agro. A proposta visa desenvolver um índice a partir de uma plataforma web que utiliza tecnologias de “Analytics” que são técnicas de análise de dados que usa “machine learning”, uma área da ciência da computação que permite automatizar respostas ao usuário a partir de inteligência artificial e big data. “Vamos ajudar milhares de produtores rurais a identificar seu estágio de digitalização e mostrar caminhos para acelerar esse processo”, afirma Alan Acosta, presidente da Drakkar, encarregado por liderar esse projeto junto a ABDI.
Ao longo dos últimos 5 meses, o time do Projeto Aquarius, em parceria com 50 produtores referência no Brasil, vêm fazendo rodadas de discussão e aperfeiçoamento, junto com programadores da OWS – Opportunity Web Software (mais novo parceiro do projeto) para desenvolver a solução premiada pela ABDI em função do potencial de impacto do projeto. O professor Dr. Telmo Amado, da UFSM, que coordena o Projeto há 20 anos, comenta: “É uma nova fase para nós, um novo desafio, e pretendemos dar à Agricultura Digital a mesma contribuição que demos à Agricultura de Precisão, hoje uma realidade nas lavouras brasileiras”.
Em março, após a primeira Live com os produtores rurais parceiros do projeto, nasceu o IDT (Índice de Digitalização e Tecnologia) e que será lançado oficialmente em uma Live no dia 15 de junho de 2021, com transmissão ao vivo pelo canal do Projeto no Youtube e cobertura especial do portal Notícias Agrícolas.